Fundação Casa de José Américo
"A memória é a repetição da vida que multiplica o passado, mas bom mesmo é esquecer."
José Américo de Almeida
A Fundação Casa de José Américo, instituição cultural dedicada ao ensino, à pesquisa e à extensão, foi criada em 1980, através do Decreto Lei nº 4.195, do Governo do Estado da Paraíba, com os seguintes objetivos específicos, entre outros:
a) promover a publicação sistemática da obra de José Américo e de sua crítica e interpretação;
b) manter o museu e biblioteca José Américo acessíveis ao uso e consulta públicos;
c) promover estudos, conferências, reuniões ou prêmios que visem à difusão da cultura e da pesquisa;
d) promover estudos e cursos sobre assuntos políticos, jurídicos, econômicos, literários ou outros relacionados com a vida de José Américo;
e) cooperar com as instituições nacionais e estrangeiras, no âmbito de suas finalidades;
f) colaborar quando solicitada com o Governo da União, dos Estados ou dos Municípios, podendo, mediante convênio ou acordo, incubir-se da prestação de serviços que forem pertinentes às suas atividades.
A Fundação está sediada na antiga residência de seu Patrono, Ministro José Américo de Almeida, à Av. Cabo Branco nº 3336, na Praia do Cabo Branco .
É composta dos seguintes setores:
Museu
"Vim despedir-me da terra e recebi uma intimação: não partir. A Paraíba ainda precisava de mim." José Américo de Almeida
O museu, com objetos pessoais e fotografias de seu patrono retrata a trajetória política, literária e administrativa de José Américo. Um painel ali existente apresenta em fotografias, um retrospecto de sua vida:
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A casa onde nasceu (1887).
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Formatura em Direito (1908).
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Casamento com D. Alice (1912).
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Ministério de Vargas (1930).
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Candidato a Presidência da República.
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Em campanha política.
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Candidato ao Senado (1945).
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Com jornalistas e intelectuais, como Assis Chateaubriand e José Lins de Rego.
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Governo do Estado (1950).
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Homenagens, inaugurações.
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Com Juscelino.
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Reitor da Universidade Federal da Paraíba.
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Com Ernesto Geisel e Castelo Branco.
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Posse na Academia Brasileira de Letras (1967).
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Com imortais.
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Ao completar 90 anos (1977).
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Última fotografia: contemplando o mar de Tambaú.
Uma exposição em fotos, "O Solitário de Tambaú", retrata a vida de José Américo, nessa casa, de 1958 a 1980. O reconhecimento de José Américo começou em 1958 quando afastou-se da vida pública (Regis, 1987).
Ainda faz parte do Museu um conjunto de vitrines contendo a primeira das diversas edições de "A Bagaceira", obra lançada em 1928. Um marco na literatura brasileira, A Bagaceira, obra prima do romace regional moderno, hoje tem 22 edições em português e quatro em língua estrangeira: luso, espanhol, inglês e esperanto, além de haver sido esboçada sua tradução também para o francês (Regis, 1987).
A Segunda vitrine enfoca o Semi-Árido, preocupação permanente de José Américo. É constituída de edições de A Paraíba e seus problemas - obra pioneira de Antropologia e Sociologia no Nordeste, lançada em 1923, hoje com três edições e ainda As Secas do Nordeste, exposição e debates na Câmara Federal - (1953) - Boqueirão - (1935), romance, Uoiteiros - (1935) e Reflexões de uma cabra (1922) - novela e primeira obra literária (Regis, 1987).
A terceira vitrine retrata o Imortal, seu fardão e comendas que recebeu.
A última dependência do Museu é o quarto de dormir do Ministro, onde se encontram a cama onde faleceu, a cadeira onde estudava e a escrivaninha onde trabalhava (Regis, 1987).
É aberto a visitação pública, de Terça a Domingo, das 9:00 às 12:00 e de 14:00 às 17:00 horas (Borges, 1999).

Arquivo
"A grande alegria da criação é encontrarmos o que fizemos ainda maior do que foi feito."
José Américo de Almeida
O Arquivo possui aproximadamente 70.000 documentos, dos quais 30.000 devidamente identificados, catalogados e tecnicamente arquivados, sobre a vida política, administrativa e literária do Ministro.
Está dividido nas seguintes seções (Regis, 1987):
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CG - CORRESPONDÊNCIA GERAL: reúne cartas, telegramas, ofícios e cartões expedidos e recebidos por J. A., ao longo de sua vida como cidadão, escritor e político.
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MV - MINISTÉRI DA VIAÇÃO: reúne relatórios, pareceres, documentos referentes a seca, Loy de Brasileiro, Plano Salte, Porto de Cabedelo, Projetos e diversos.
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GP - GOVERNADOR DA PARAÍBA: reúne relatório, recibos diversos, pareceres, mensagens, projetos e atas.
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DP - DOCUMENTOS PESSOAIS: reúne diplomas, certificados, títulos recebidos, carteiras de identidade, registro de nascimento, título de eleitor, documentos de imposto de renda, nomeações e exonerações, certificado de reservista, recitas, exames médicos, cartões de crédito, talões de cheques, extratos de contas, cadernetas de anotações, rascunhos, homenagens, atestado de óbito.
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PI - PRODUÇÃO INTELECXTUAL: reúne discursos de J. A. de 1914 a 1979, poesias, originais de livros, conferências, depoimentos e entrevistas e artigos em geral, relatórios, projetos e trabalhos de terceiros.
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SI - SÉRIE DE IMPRESSOS: reúne recortes de jornais, abrangendo o período de 1910 a 1980. Recortes de jornais organizados no período do governo de 1951 a 1956. Homenagens feitas a J. A. (filmes; RECEPÇÕES DE ESTADO; COLEÇÕES DE JORNAIS; FOLHAS SOLTAS): Panfletos de campanhas políticas e caricaturas.
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IC - ICONOGRAFIA: reúne fotografias, posters, slides.
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CT - CORRESPONDÊNCIA DE TERCEIROS: reúne cartas e telegramas de terceiros.
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D - DIVERSOS: reúne documentos de outras instituições, governos, ministério, presidência da república, UFPB, projetos, diversos.
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F - FAMÍLIA: reúne documentos referentes a família de J. A. (cartas, telegramas e documentos diversos).

Biblioteca
A Biblioteca contém cerca de 7.000 volumes, entre os quais se destacam dezenas de obras em primeiras edições ofertadas a José Américo (Regis, 1987).
Funciona no 2º andar do prédio do Arquivo, e seu acervo é composto de vários títulos de todas as áreas do conhecimento. Ë aberta a instituições, estudiosos, pesquisadores e ao público em geral (Borges, 1999).

Setor de Pesquisas
O Setor de Pesquisas desenvolve, atualmente, vários projetos, financiados por entidades como o CNPq, Ministério da Educação e Cultura, sobre temas atuais ligados à realidade paraibana e nordestina, objeto das preocupações de José Américo.
Entre eles, destacam-se:
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A Seca no Nordeste - "O Caso Paraíba";
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O Vale dos Dinossauros;
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Dicionário Literário Paraibano - 400 anos de Literatura;
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A Cultura Popular nas Escolas da Zona Rural Paraibana;
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Eleições 82 na Paraíba;
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Reconstituição Histórica de "A Bagaceira"- Edição Crítica;
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As Formas do Viver e do Fazer do Cariri Paraibano;
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Mapeamento dos Arquivos Públicos Paraibanos;
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Antologia Literária da Paraíba;
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Cartilha Literária "José Américo de Almeida"
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Análise Sócio e Etnolinguística da Linguagem regional na obra de José Lins do Rego;
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Salas de leitura e interpretação de textos literários (Regis, 1987).
Atualmente conta com os seguintes Núcleos de Pesquisa:
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Núcleo de Estudos Latinos;
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Núcleo de Ibéricos e Americanos;
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Núcleo de Estudos Linguísticos, Literários e de Oratura;
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Núcleo de Estudos Geográficos e Ecológicos;
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Núcleo de Estudos Educacionais (Borges, 1999).

Setor de Promoções Culturais
O Setor de Promoções Culturais é responsável pela realização de Cursos, Seminários, Conferências, Concursos, lançamento de livros, exposições e apresentações artísticas.
Foram realizados, nos últimos dois anos, cerca de 40 Cursos, Seminários e Conferências, 25 lançamentos de livros e revistas e 20 exposições e apresentações artísticas (Regis, 1987).

Setor de Publicações